Os desafios técnicos relacionados ao mapeamento
multidecadal da cobertura da terra e das dinâmicas das
queimadas apresentam-se em fase adiantada de desenvolvimento.
A fase Piloto do projeto visou testar a metodologia em duas áreas que o PanAmazônia tem uma grande rede de informações,
conhecimento de campo e contatos: o Estado do Mato Grosso e o Estado do Acre. A rationale do Projeto
PanAmazônia baseou-se em explorar as técnicas e identificar seus problemas nestas duas áreas Piloto,
e a partir do conhecimento adquirido, expandir a metodologia para cada país. A cada etapa concluída, o projeto reavalia as etapas iniciais de
maneira a aprimorar e identificar as particularidades de cada região, até cobrir toda a extensão da América do Sul.
A fase piloto referente ao desenvolvimento dos métodos para a detecção de queimadas foi refinado utilizando-se o Estado do Acre como área de
interesse. Esta região foi fortemente atingida por uma severa seca no ano de 2005, e durante esse ano grandes extensões de florestas primárias,
assim como áreas produtivas (agricultura e pastagens) foram queimadas. Esse evento mostrou-se uma oportunidade para o refinamento dos métodos e
técnicas, e foi publicado em revistas técnico-científica internacional de alto impacto. Para o Estado do Acre também foi concluído o mapeamento
multidecadal do uso da terra, e refere-se aos anos de 1980, 1990, 2000 e 2007, como pode ser observado
na Figura 1.
Figura 1 - Cobertura da terra do Estado do Acre.
A fase piloto referente ao desenvolvimento dos métodos para a conexão das informações das dinâmicas multidecadais de uso da terra e efeitos de
queimadas nas emissões de gases de efeito estufa apresentou resultados adequados e atualmente está em fase de revisão para publicação em
revistas internacionais de alto impacto. A fase piloto do desenvolvimento desse módulo focou no Estado do Mato Grosso, em que os mapeamentos
da cobertura da terra para os anos de 1980, 1990, 2000 e 2010 já foram concluídos, e dados de área queimada para todos os meses de 2010 já
foram finalizados, veja a Figura 2.
Figura 2 - Cobertura da terra e área queimada do Estado do Mato Grosso.
Em 2011, com a expansão da rede de colaboradores do Projeto PanAmazônia-II com Instituições de Pesquisas Internacionais (Universidade de Oxford,
Universidade de Exeter e Universidade de Leeds, Reino Unido) foi consolidado a temática do mapeamento intra-anual das dinâmicas de queimadas
para toda a Amazônia. Nesse âmbito, encontra-se em fase final de desenvolvimento os mapas mensais de área queimada para os meses de seca no
hemisfério sul (Junho a Outubro) e hemisfério Norte (Novembro a Março) para os anos de 2005, 2010, 2011 e 2012. A expectativa do projeto é
completar a série temporal desde 2000 até o presente, adaptando-se a disponibilidade de financiamento e de pessoal.
Devido as técnicas utilizadas no desenvolvimento operacional da metodologia identificou-se a necessidade de mapear rios, lagos e corpos d’água
para evitar o conflito com dados de área queimada. Dessa forma, como subproduto do Projeto PanAmazônia-II, foi gerada um mapa de hidrografia e
corpos d’agua para toda a América do Sul, que apresenta conformidade com toda a base de dados.